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Alguns dias depois, uma notícia me deixaria nervosa: “Meu pai estava solto!” Quando se noticiou no Jornal Hoje que o deputado Lauro dos Santos saiu da cadeia por conseguir manter seu mandato de Deputado, e logo, mantido seu foro privilegiado, o pavor eclodiu entre a gente. Todos podiam ser alvo de algum capanga dele. O terror nos assolava, ninguém era capaz de ter um segundo de paz. Sabíamos que ele iria atacar qualquer um de nós, na primeira brecha que déssemos.

O tempo foi avançando e o meu pai biológico parecia ter esquecido da gente e ter focado em recuperar sua imagem diante o eleitorado. Havia uma pressão popular muito forte para a cassação do mandato do excelentíssimo assassino. A pressão respingou numa votação histórica, aonde a cassação foi aprovada por quase 500 votos. Sem o foro privilegiado, Lauro sabia que era questão de hora ser preso por assassinato. Completamente descontrolado, ele resolveu fugir do Alphaville em disparada, exatamente, na hora em que a PM o iria buscar. Uma perseguição inicia na CE-040.

Bernardo assistia o CETV quando deu a notícia da fuga e da perseguição. Ele tentou ligar para mim, que estava na UNIFOR. Eu já estava a caminho do Iguatemi, aonde encontraria Kiara, para comemorarmos 2 meses de namoro, quando Aline me chamou para agradecer, pois se não fosse eu, ela não jogaria na equipe. Abracei Aline e sem querer barroei em Patrick. O mesmo sorrir e pergunta como eu estava. Antes de eu respondê-lo, ele me avisa que o celular estava chamando, quando fui atender, vi que era Bernardo, mas passam 3 alunos correndo e me fazem derrubar o celular. O pobre tinha danificado o display. Patrick disse que tinha um amigo que morava ali perto da UNIFOR que consertava isso rapidinho. Então, fui consertar o celular e ainda botei as conversas em dia como meu primeiro “namorado” e eterno cunhado.

Enquanto isso, na perseguição, Lauro acaba por invadir o Shopping Iguatemi, a PM o seguia e pedia por reforço: “Ele não pode sair do shopping!”, afirmava o comandante da operação. Naquele momento, Kiara estava sentada me esperando em frente às Lojas Americanas. A paz dela começou a acabar quando ela notou a correria das pessoas, porém, curiosa, ela preferiu ir saber o que era, ao invés, de fugir também.

Meu conserto termina, não tinha sido o display, apenas a proteção de vidro que rachou. Naquele momento, vi a ligação de Bernardo, mas preferi ligar para Kiara, avisando que apesar do atraso, eu ia aparecer, mas ela não atende. Eu resolvo ir. Pego o 075 – Campus do Pici/UNIFOR, que já estava me esperando na parada próxima de onde morava esse amigo de Patrick, corro e me mando para ver meu amor. Dentro do ônibus, escuto o áudio de Bernardo sobre Lauro. Fico desesperada.

No Iguatemi, Lauro ainda fugindo, passa por Kiara, a reconhece e a pega para refém. Nesse momento, eu chego, vou até aonde está o chafurdo e me deparo com a cena. O que aquele louco iria fazer com ela?…