Ele dançou com ela até a última nota…
O “Si” talvez fosse a única melodia que conseguiram ouvir até então, mas a dança continuava, como uma sinfonia ininterrupta e, apesar de haver uma única nota audível, inacabada…
Dançaram como se a madrugada fosse encher o coração de perdão e se o tilintar de passos fosse a única ação possível no momento…
Dançaram tanto que os passos passaram a concordar com as notas, e as notas voltaram a se acusar: Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si…
Com o tempo, o piano deixou de tocar, abraçaram-se, dançaram novamente e essa dança perdurou até parar de doer, até só o amor falar, até dizerem o que queriam dizer há muito tempo, que se amavam.
Laís Carneiro