Dexaketo

Simplesmente Gaiato

Friendzone – Parte Final

Os primeiros dias após o “sim” no aeroporto foram como um sonho. Bernardo desfez a viagem, cancelou tudo e voltou a viver como se nada tivesse mudado — exceto pelo peso do amor que agora pairava entre ele e Leazinha.

João, magoado, mas compreensivo, desejou felicidade aos dois. “Vocês eram pra ficar junto mesmo”, disse ele, com um sorriso forçado enquanto abraçava Leazinha pela última vez. Ela chorou, mas não recuou. Sabia que havia escolhido o coração — e ele batia por Bernardo.

Com o tempo, Leazinha e Bernardo começaram a construir algo novo. Não era mais a amizade intensa de antes, mas um amor calmo, profundo, feito de olhares demorados e mãos entrelaçadas. Era como se tivessem encontrado um pedaço um do outro que nem sabiam que estavam procurando.

Mas a vida, como sempre, tinha outros planos.

Meses depois, uma carta chegou. Era de Portugal. Vinha da família de Bernardo. Dizia que a casa estava pronta, o convite ainda válido. E havia uma linha que fez o coração de Leazinha apertar:

“Você ainda é bem-vindo, Bernardo. Quando quiser, nossa porta está aberta.”

Ele ficou em silêncio por dias. Leazinha percebeu o olhar distante, as conversas interrompidas, o jeito como ele encarava o horizonte como se buscasse respostas em outro lugar.

Até que, uma noite, ele finalmente falou:

— Eu não sei se foi certo eu voltar atrás daquilo tudo. Minha família… minha vida… estava lá. E agora?

Leazinha segurou as lágrimas. Sabia que ele não estava dizendo que a amava menos — apenas que estava dividido entre dois mundos. E talvez, entre duas vidas.

— Então vamos juntos — ela disse, simplesmente.

Bernardo a olhou surpreso.

— Se for pra lá que você precisa estar, eu vou com você. E se for aqui que a gente é feliz, então ficamos. Mas não quero mais viver com essa dúvida entre nós.

Ele sorriu, dessa vez com os olhos.

— Você é a melhor coisa que já me aconteceu, sabia?

— E você é meu porto seguro — respondeu ela. — Pra sempre.

E assim, meses depois, Leazinha e Bernardo embarcaram para Portugal. Não como fugitivos do passado, mas como parceiros do futuro. A família os recebeu com braços abertos, e a nova vida começou — dessa vez, juntos.

Eles aprenderam que o amor verdadeiro não é feito de escolhas fáceis, mas de escolhas certas. E a deles, foi a melhor de todas.

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