Dexaketo

Bernardo, de ANNAVOEG, assim era conhecido. Ele era rei do pequeníssimo país de ANNAVOEG, nação menor que San Marino, encravada no meio da Europa. A população de ANNAVOEG não ligava muito para o fato de viverem em um país que até os mais atualizados Mapas do Google esquecem que existe, mas Bernardo tinha ranço disso.

Um dia, numa reunião com ministros, Bernardo afirma que deixará ANNAVOEG para ser um dos Ministros do Próximo presidente da França. Os seus ministros afirmam que o filho de Bernardo, João, não estava preparado para o trono. Bernardo, então, como seu último ato absolutista, decreta que o passará a ser parlamentarista, como o Rei apenas fazendo a figura de chefe de estado.

Alguns meses passam, Bernardo, infeliz na nova função de subordinado, resolve retornar ao seu país, reassumindo o trono que deixou. Entretanto, o parlamento não aprova o retorno do regime absolutista, e com o apoio do povo, que percebeu que pagavam caro para manter a família real. Aliás, a monarquia havia caído e a figura do Presidente ilustrativo assumia o posto.

Bernardo retorna para a França, mas não como ministro, somente como um empresário do ramo esportivo. Todavia, sua vida havia se tornado um tédio ainda maior. Ser rei de um pequeno país, era muito mais interessante do que ser um multimilionário em um país irmão.

Após alguns anos, Bernardo retorna para ANNAVOEG, na condição de candidato à Deputado Federal. Sua ambição era evidente, tornar-se Primeiro Ministro. Após uma disputada eleição, seu partido não só vence, como forma maioria, o indicando para o cargo de Primeiro Ministro. O seu filho, outrora Rei, torna-se Presidente, mas apenas uma figura meramente ilustrativa naquele sistema HIPERparlamentarista.

Como Primeiro Ministro, Bernardo finalmente se convenceu, que por mais nanico fosse seu país, era o seu país, e mesmo que o cargo fosse ocupado por outros, e mesmo que ele retornasse ao ramo esportivo, nada era melhor que o seu país. ANNAVOEG era o melhor lugar do mundo, e para Bernardo nada superava aquela emoção, de pisar no santo chão de seu país. Precisou perder para aprender, mas aprendeu.