Na sombra fria onde o silêncio mora,
Habita a alma que o mundo esqueceu;
Nenhuma voz rompe a calada aurora,
Nenhum olhar por ela se voltou.
O tempo passa em passos de agonia,
Entre paredes que ecoam saudade;
A luz da lua entra com melancolia,
Vestindo a noite de pura verdade.
Não há festim, nem riso, nem abraço,
Só o compasso do relógio a contar
O vazio que cresce em cada traço
Do coração que não tem mais lugar.
Mas nessa dor, tão nua e tão funda,
Ainda pulsa uma chama – a esperança do mundo.


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