No gesto simples, um novo mundo nasce,
no olhar que finda a noite em luz serena,
o amor, que o tempo julga que se esvanece,
renasce em cada mínima janela.
Não é o fulgor das chamas que arrebata,
nem o furor dos versos mil vezes ditos,
mas o silêncio em que a alma se retrata,
e em doce paz repousa entre os infinitos.
É na palavra contida, no abraço lento,
na mão que treme ao tocar a tua pele,
no tempo que se faz inteiramente
quando teu riso invade o firmamento.
Assim, o amor — não morre, se transforma:
recria-se em nós, cada vez mais forma.


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