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Ao chegarmos lá, Kiara já não estava mais, o porteiro avisou que ela foi embora, viajou. Jon, com sua tradicional e inútil truculência, quis bater no pobre homem, eu disse que isso não faria Kiara voltar e ainda renderia prisão para Jon, mas ele disse que não existe prisão para ele. De fato, estamos no Brasil, um homem branco com pai influente só vai para cadeia se a mídia cair em cima, senão faz o que quer, exatamente igual ao meu “querido” irmão. Mas sim, seguindo o ritmo da história, ele ficou muito puto e foi embora em seu carrão, me deixando lá, inclusive.

Nessa, dele me deixar, o porteiro me avisou duas coisas: 1 – Kiara não viajou, ainda estava lá, porém ia sumir da cidade, pois estava cansada de apanhar de Jon. 2 – Ela não era Trans, disse isso pois sabia que Jon era transfóbico, era uma maneira dela se livrar dele. Eu perguntei porque ele estava me dizendo isso. Do nada, aparece Kiara chorando na cabine do porteiro. Ela dar meia-volta e chora em meus ombros. O porteiro nervoso disse que decorou a placa e ia denunciar aquele “fedorento”. Eu concordo com o porteiro, já Kiara retruca, diz que prefere ir embora, pois sabe que a prisão será mera cordialidade para ele. Eu pergunto se ela não quer ir morar comigo, ela disse que lá era um local fácil para o Jon achá-la. Kiara ainda chorando, sorrir e diz que mesmo diante toda a safadeza que fizemos, ela não me via só como uma “Gostosa” que ela teve na cama, mas com uma amiga, pois sentiu que o meu coração era bom, nos breves momentos que passamos juntas. Kiara afirma que vai morar em Chapecó, na casa de uma amiga que nem usa rede social, para assim não ter chances de Jon a encontrar. Eu a abraço, ela volta para o condomínio e vai para seu apartamento arrumar suas coisas. Depois que ela some de minha vista, eu choro. O porteiro me chama mais uma vez e afirma: “Vocês são lindas juntas! Se eu fosse tu, ia com ela para Chapecó!” Eu sorrio e digo: “Moço, foi lindo como aconteceu! Só quero que ela seja feliz, isso é o que me importa!” O porteiro sorrir e eu vou embora dali. A Frei Mansueto não sairia mais do meu coração.

Nessa altura dos acontecimentos, já eram quase 3 da manhã, e eu tinha que acordar cedo, tinha trabalho e estágio no dia seguinte. Porém, estava proibido eu ter sossego naquela noite! …