Se você soubesse a falta que eu sinto quando você está por perto, faria tudo exatamente igual.
Não me ligaria para dizer onde está, eu não saberia nada sobre o seu dia e, ainda assim, sorriria lembrando as auroras que já ficamos juntos.
Se você soubesse como me dói, ao menos chegasse a mensurar a dor da perda, aquela dor que falta e grita, que sufoca e preenche o coração com uma sístole que eu não tinha há muito tempo, você repetiria todo o processo de adeus paulatino.
Pararia de me perguntar como eu estou, não diria mais que está com saudades e nem que me ama, para, mesmo assim, no fim do dia, eu morrer de curiosidade sobre você, sobre o meu amor
Se você soubesse o que sabe depois desse triste relato que eu escrevi nessas frases tão fatigadas de sofrimento, iria embora antes do final e, ainda assim, no fim do dia, eu te amaria como o primeiro dia que nos gostamos, como se eu não soubesse o que eu sei agora, como se eu não fosse fazer tudo exatamente igual.
LAÍS CARNEIRO