No labirinto onde Amor e Pecado
Entrelaçam sombras em ardente giro,
A Paixão desvela seu respirado
Véu de neblina em lábios de suspiro.
A Luxúria, flor que em espinhos nasce,
Arde no altar que o tempo desmorona—
Carpe Diem! Antes que a cinza caia
E o véu do instante em nada se desfaça,
Tece em versos o perdão que o céu indulta,
Pois na alma que se abrasa e se confessa,
O fogo é cruz, e a culpa se sepulta.
Rasga o peito ao sol que o mundo acessa:
Na chama breve, eterna se dissolta
A carne efêmera… e a graça acesa.


Deixe um comentário