Em segredo, o amor que não se nomeia,
Nas sombras se esconde, embora arda tanto.
O peito o guarda, mas o desejo ateia
Um fruto doce, sem aroma, um pranto.
Nos olhares breves, o engano se insinua,
O destino, cruel, tece o seu manto
De fios de silêncio e angústia nua,
Onde o amor se cala, um sufoco santo.
Vivemos dias de ilusão perdida,
Entre segundos de fulgor e neblina,
Na alma, um grito que a razão não admite.
Mesmo assim, na dor que nos habita,
Há um laço eterno, imune à lei maldita
Que faz da paixão um sol que, oculto, brilha.


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