Dexaketo

Simplesmente Gaiato

Apaixonadamente Sem Coragem

Na pequena cidade de Cedros, onde o vento soprava suave entre as árvores e os dias pareciam sempre mais longos, Lucas vivia uma rotina tranquila. Até o dia em que ela chegou.

Ana mudou-se para a casa ao lado numa manhã ensolarada. Seu sorriso era como um raio de sol que atravessava as cortinas fechadas da vida monótona de Lucas. Ele a viu pela primeira vez quando ela estava arrumando caixas no jardim. Havia algo mágico na maneira como ela ria sozinha, como se o mundo inteiro fosse um lugar cheio de possibilidades.

Lucas começou a observá-la discretamente. Ela gostava de flores e passava tardes cuidando do jardim. Às vezes, ele a via lendo sob a sombra de uma velha árvore, com um caderno ao lado, rabiscando palavras que ele jamais saberia. Quanto mais a admirava, mais seu coração se apertava de desejo e medo. Medo de não ser correspondido, medo de estragar aquela imagem perfeita.

Os dias se transformaram em semanas, e Lucas continuava paralisado pelo silêncio. Ele ensaiava frases na frente do espelho, mas, quando cruzava com Ana, as palavras evaporavam. “Amanhã”, dizia a si mesmo. “Amanhã eu vou falar com ela.”

Mas o amanhã nunca chegava. E então, numa manhã fria, Lucas percebeu movimento na casa ao lado. Caixas sendo carregadas, o caminhão de mudança estacionado na calçada. O coração dele acelerou. Correu até lá, decidido a dizer tudo o que sentia. Quando chegou, porém, encontrou apenas o vazio. A casa estava trancada, e Ana havia partido sem deixar vestígios.

Desesperado, perguntou aos vizinhos, que disseram que ela voltara para outra cidade, distante demais para ser alcançada. Lucas ficou parado na calçada, segurando consigo apenas o eco de um amor que nunca ousou confessar.

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