Dexaketo

Simplesmente Gaiato

Eu, Humano

Vós, que pisais irmãos com pés de aço,
E ergueis muralhas onde o amor morreu,
Que em nome do progresso o chão queimou,
E o berço alheio em cinzas converteram —

Não vedes que o ódio, em vosso próprio espaço,
Como serpente, a vós mesmos mordeu?
Que o riso alheio, em vosso escasso abraço,
Virou lamento que o silêncio escondeu?

Desprezais o humano — eis vossa sina:
Cegos de orgulho, surdos à dor alheia,
Fazeis da alma uma prisão mesquinha.

Mas saiba o mundo: esta raiva é semente
Que brotará, em chama pura e cheia,
Um novo tempo — ou cinzas na corrente.

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