Entre risos e cafés, segredos em tom baixo,
Tecendo cumplicidade em cada olhar furtivo,
Meu peito guarda um eco, um suspiro cativo,
Amor que queima em silêncio, disfarçado em desfaixo.
Teu nome, em minha boca, é um véu de paradoxo:
Quero gritá-lo ao vento, mas o calo, contrito,
Pois temo que a verdade, em seu fulgor nocivo,
Rasgue o tecido frágil do nosso vínculo intacto.
Nosso abraço é fronteira onde o desejo esbarra,
Tua mão, um mapa que jamais decifrarei,
E no jogo do afeto, sou peça que se amarra:
Amo-te em cada gesto que jamais confessarei,
Entre linhas de mensagens que apago na tela escura,
Preso no labirinto de amar sem ter altura.
Prefiro a dor calada, a amizade que perdura,
Que arriscar te perder na incerteza impura.


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