Em labirinto de desejo insano,
O fogo oculto que o pudor não vence,
O esposo semeia em um corpo proibido
A sombra do pecado que o condence.
Vinte e quatro anos, flor de ardente espanto,
Seu corpo é vinho que a razão transborda;
Na noite escura, ao véu do amor quebranto,
A carne cede à chama que devora.
Breve volúpia! Efêmero delírio…
Ao raiar do sol, máscaras se erguem,
E o leito frio, mudo no martírio,
É túmulo do gozo que não seguem.
Mas na alma, o eco do pecado inquieta:
Dois corpos fogem, e o desejo suplica.


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