Ela era uma Musa Fitness, mas algo lhe incomodava bastante. Era passar numa obra e começar os assobios e cantadas “bestas”. Numa espécie de rotina cansativa, ela tinha que enfrentar os pedreiros nas obras que insistiam em aparecer entre sua casa e a academia na qual treinava.
Entretanto, um certo dia, ela percebeu que um pedreiro, em específico, não a aperreava. Todos na obra ficavam malucos quando ela passava, já ele, seguia no seu trabalho, sem nenhuma reação. Os dias, as semanas e até os meses passaram, e aquele pedreiro a respeitava. Ela achou aquilo lindo, fofo, incomum, mas correto. Era difícil ver um rapaz tão respeitador em um meio tão machista.
Certo dia, ela resolveu que iria passar na obra, e caso, ele mantivesse sua postura respeitosa, ela iria conversar com ele, ali mesmo, para o parabenizar por sua postura correta, por fazer o que todos deveriam fazer.
Dito e feito, ela passou na obra e ele não ficou maluco como os outros. Ela, então, aproximou-se do rapaz para o parabenizar, e aí, ela percebeu o real motivo para ele ser tão “educado”: “Você é cego!” O pedreiro afirmou que desde pequeno aprendeu com seu pai a levantar uma casa, e mesmo com um mercado capacitista, aquela empresa o possibilitou de trabalhar naquela obra. Ela saiu dali desolada, e recebendo “piadinhas” dos outros.
Não é todo dia que é santo!


Deixe um comentário