No véu da noite, onde a luz se esconde,
Teu nome é brasa a arder em meu segredo.
Beleza pura que ao pecado se acomode,
Razão que cega, e o coração enrede.
Caminho estreito entre o dever e a ronda,
Onde a virtude se perde sem remendo.
Teus olhos são faróis, mas me inunda
O medo de naufragar neste degredo.
Amor que encobre sua face obscura,
Como fruto proibido em doce fome,
Guarda veneno sob a textura.
Se te toco, já não sei quem sou: loucura,
Pois tua pele é chama, é ventania,
E deste fogo não quero a solução, só o perfume.


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