Nos cantos do tempo, onde o vento dança,
Repousam memórias de uma antiga esperança.
Aquelas paixões que um dia brilharam,
Como estrelas cadentes que no escuro arderam.
Eram amores feitos de risos e medos,
De bilhetes trocados em segredo,
De olhares furtivos por entre os livros,
Dos corações batendo como tambores rítmicos.
Oh, juventude, com seus sonhos tão vívidos,
Promessas sussurradas sob céus infinitos.
Tudo parecia eterno, tudo era intenso,
Até que a vida nos trouxe ao presente distenso.
Quantas cartas nunca enviadas,
Guardadas no fundo de gavetas cansadas,
Esperando um momento que nunca chegou,
Enquanto o mundo lá fora girava sem dó.
Aquele beijo que não demos,
O abraço que ficou por fazer,
Os planos traçados nas margens do caderno,
Que o tempo apagou como um sonho incerto.
Mas, às vezes, quando a noite é mais calma,
E as estrelas brilham como pérolas na alma,
As lembranças voltam, suaves e quentes,
Como velhas canções que ainda são presentes.
Não são mais dores, nem pesares perdidos,
São fragmentos de quem um dia existimos.
Paixões esquecidas, mas nunca perdidas,
Parte do tecido das vidas vividas.
Então sorrimos, com um toque de saudade,
Sabendo que aqueles amores da idade
Ficaram guardados como luzes antigas,
Iluminando o caminho das novas primaveras.
Pois cada história, mesmo breve,
É um eco que vibra no agora e no breve.
E essas paixões, embora adormecidas,
Foram o fogo que nos tornou mais vividos.


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