Oh, quantas vezes o humano se perde
Em paralelos tolos e banais,
Diz que é leão, mas vive entre os mais,
Como cordeiro manso que não fere.
“Sou forte como rocha”, clama, e verte
Sua fraqueza em prantos desiguais;
Ou “ágil como um tigre”, mas jamais
Escapa do próprio medo à morte certeira.
Quem se compara ao sol que aquece e cega,
Esquece que a sombra às vezes prevalece,
E quem se diz estrela logo nega
Que as luzes distantes também crescem.
Melhor seria aceitar o que parece:
Um ser imperfeito — mas que ainda ama e teme.


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