No alvorecer de um sonho tecido,
Os passos firmes no chão da esperança,
Cada espinho, um verso não perdido,
Cada queda, a força que avança.
Chega o instante em que o véu se desfaz,
No céu da meta, o coração pulsante,
As mãos que tremem ao tocar a paz,
E o mundo gira, agora mais brilhante.
É a luz que invade a alma aos poucos,
Feixe dourado onde a sombra habitou,
O fruto maduro entre os ramos loucos,
O silêncio que canta o que lutou.
Não foi só a glória no fim da estrada,
Mas a seiva que entranhou a jornada:
As cicatrizes viraram constelação,
E o suor, rio de doce exultação.
Ah, felicidade — nome breve e raro —
Tesouro que se guarda no olhar,
É o vento levando o riso ao alto,
É ter o mundo, e ainda assim sonhar.
Pois quem alcança o que um dia desejou,
Sabe que a aurora sempre voltou:
Na semente da luta, o amor plantado,
No fruto colhido, o universo abraçado.


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