Dexaketo

Simplesmente Gaiato

A Traição

Leazinha olhou-se no espelho do banheiro da escola, ajustando o batom com dedos ligeiramente trêmulos. Seus olhos castanhos refletiam uma mistura de culpa e excitação. Fazia três semanas desde aquela noite—a noite em que tudo mudou.

Foi na festa de aniversário de Luiza, sua melhor amiga. Bernardo, seu namorado há quase um ano, estava distraído, conversando com os amigos sobre política e a importância da castidade antes do casamento. João, o melhor amigo dele, se aproximou dela com um sorriso despretensioso e um copo de vodka com energético na mão. Ambos menores de idade, mas sedentos pelo prazer do proibido.

Cansou de esperar o Bernardo prestar atenção em você? — ele provocou.

Leazinha revirou os olhos, mas riu. João sempre teve essa facilidade de quebrar suas defesas. Eles conversaram, beberam mais do que deviam, e, quando Bernardo foi chamado para jogar no PC com o irmão de Luiza, João puxou Leazinha para um cantinho no quintal da casa.

A gente não devia… — ela murmurou, mesmo enquanto seus dedos se enroscavam no cabelo dele.

Mas a gente vai — ele respondeu, antes de fechar a boca sobre a dela.

Foi rápido, desajeitado, mas eletrizante. Quando acabou, Leazinha sentiu um frio na espinha.

Isso nunca aconteceu — ela disse, séria, enquanto se arrumava. — Se o Bernardo descobrir…

João deu um sorriso maroto. — Relaxa, princesa. Segredo nosso.

E assim, começou a traição.

Leazinha se tornou especialista em levar uma vida dupla. Durante o dia, era a namorada dedicada: segurava a mão de Bernardo no corredor, beijava-o na porta da sala de aula, postava fotos fofas com ele no Instagram. À noite, porém, quando dizia que ia estudar na casa de Luiza ou que tinha compromisso familiar, encontrava-se com João, sempre em um lugar diferente, proibido e gostoso.

Era mais intenso com João. Bernardo era carinhoso, previsível e cheio de regras sociais. João era imprevisível, perigoso. Cada encontro era uma adrenalina nova, um risco que a deixava excitada. Gozava não só pelo sexo, mas pelo prazer do proibido.

Mas os segredos têm um preço.

Uma tarde, depois da aula, Bernardo apareceu de surpresa na casa de Leazinha. Ela tinha combinado de encontrá-lo mais tarde, mas ele decidiu passar antes para vê-la.

Você tá diferente esses dias — ele comentou, enquanto ela servia um suco na cozinha, as mãos quase trêmulas.

Diferente como? — ela riu, forçando naturalidade.

Sei lá… mais distante.

O coração dela acelerou. Bernardo não era besta—ele percebia coisas. Mas, antes que ele pudesse questionar mais, ela o puxou para um beijo, desviando a atenção.

Funcionou… Até ali!

João, por outro lado, parecia estar se divertindo demais com a situação.

E se a gente transar no seu quarto? — ele sugeriu certa vez, com um brilho malicioso nos olhos.

Você tá louco? — ela respondeu, horrorizada, mas desejando fazer aquilo.

Ele riu. — Tô brincando… ou não.

Leazinha sabia que ele estava testando os limites. E isso a excitava.

Quando não podia sair com João, e passava noites beijando Bernardo, sem ultrapassar o limite dos beijos, Leazinha se tocava vendo vídeos pornô no Xvideos. Seus pais tinham a ilusão de que Leazinha era tão casta quanto Bernardo, mas ela tinha alma devassa. Ela gostava de sexo, principalmente, escondido.

Numa sexta-feira, o segredo de Leazinha e João começou a desmoronar.

Bernardo ligou para casa de Leazinha e avisaram que ela estava na casa de Luiza. Ele ligou para Luiza, que fingiu a voz de Leazinha. Ele percebeu que tinha algo errado ali.

Ainda naquela noite, Bernardo mandou uma mensagem:

“Precisamos conversar. Amanhã, depois do culto.”

Leazinha sentiu o estômago embrulhar. Seria o fim? Ele sabia? Ou estava apenas sendo dramático por outra coisa?

João, quando ela contou, apenas encolheu os ombros.

Se ele terminar, problema resolvido. A gente fica junto sem esconder nada.

Mas Leazinha não tinha certeza se era isso que ela queria.

No dia seguinte, Bernardo a levou para um banco da praça em frente à igreja. Seus olhos estavam vermelhos, como se ele não tivesse dormido.

Eu não sou idiota, Leazinha — ele disse, com a voz rouca como se prendesse o choro —

Ela engoliu seco.

Bernardo, eu…

Você está me traindo com Luiza?

Ela mentiu, confirmando a teoria de Bernardo, fazendo um leve aceno de cabeça.

Bernardo fechou os olhos, como se estivesse segurando algo muito pesado.

Acabou, sua demônia!

Ele virou as costas e foi embora. João, que observava de longe, se aproximou com um sorriso vitorioso.

Agora a gente pode…

Mas Leazinha olhou para ele e disse:

Não. Acabou com você também. O que me excitava em ti, era o prazer do proibido. Sem Bernardo, não há proibido, não há  nós. Aliás, tô livre agora para viver o meu prazer. Fui tola em engatar um namoro com uma pessoa conservadora, enquanto eu gosto de safadeza. Vou perguntar para Luiza, se ela topa uma transada lésbica comigo. Essa ideia louca do Bernardo, me excitou. Tenho muito tesão nela. Acho que ela também tem em mim… Rapaz, esse fim até que foi bom!

Ela saiu dali, e realmente, foi para a casa de Luiza, aonde transariam até a hora dos pais de Leazinha a chamarem para casa.

No fim, Bernardo achou uma menina que o amava e dividia com ele suas ideias de castidade. Leazinha seguiu sua vida de “transas escondidas”, mas sempre consciente das prevenções de IST’s. João e Luiza engataram um namoro fake só para convidar Leazinha para fazerem ménage nas tardes após a aula.

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