Em circuitos de sal, o corpo expande
— sangue em pixels, cifra de um ofício —
a máquina consome o edifício:
carne que se decompõe em wi-fi e andes.
Os olhos, cifrados em números, pedem
asilo ao código binário do vício.
O relógio engoliu o precipício:
nossos ossos são fósseis de antecedentes.
Metrônomo do Slack, o pulso implode
em burnout, praga de um século líquido.
Neurotransmissores em colapso ecoam
o mito do progresso — algoritmo infindo.
Uberização do suor: contratos
em nuvens rasgadas. Sobrevivemos
no deserto de um link, ratos eletrocutados
em rodas de likes, criptomoedas do cansaço.
E o sistema nos cospe em frames:
fantasmas de silicone no circuito.
Senha inválida — réquiem sem nome.


Deixe um comentário