No templo augusto onde o amor se adora,
A poesia eleva seu clarim,
E entre véus de luz que o mundo ignora,
Desvenda o coração que nunca enfim.
Nos versos lapidados da memória,
O mármore do afeto se esculpia,
E a rima, em sua clássica vitória,
Transforma o sentimento em poesia.
Amor, senhor de gestos comedidos,
Não cabe em prantos vãos nem em gemidos;
É estátua eterna, é arte serena.
Assim, na forma bela que ele inspira,
A poesia eterniza quem suspira,
E o verso, altivo, guarda essa cadeia.


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