Dexaketo

Simplesmente Gaiato

Eterno Adeus

No silêncio da noite, eu te vejo passar,
Um reflexo distante que não posso tocar.
Teu sorriso é um verso que nunca escrevi,
Um soneto guardado que o destino negou pra mim.

Tua presença é brisa que acaricia sem querer,
Uma chama tão perto, mas que não posso deter.
Nos teus olhos habita um mundo que nunca verei,
Um lugar onde anseio, mas jamais poderei chegar.

És estrela que brilha em céu alheio ao meu,
Um farol que me guia, porém longe do cais que cruzei.
Minhas mãos buscam as tuas, mas encontram só ar,
Como se o vento zombasse de quem insiste em sonhar.

Te desejo em segredo, num canto da alma que a dor rasgou,
Mas és feita de névoa, e entre os dedos escorres, ficou.
Amo-te como o mar ama a lua tão distante,
Ondas que vão e voltam, mas nunca podem alcançar.

Por mais que eu tente, por mais que eu clame,
Tu és sombra fugaz que o tempo não sabe guardar.
E nesse abismo de sonhos que nunca se realizarão,
Guardo-te em meu peito, como flor que nunca colherei.

E quando a vida me levar para além desse viver,
Lá onde o impossível talvez possa acontecer,
Quem sabe então, noutro plano, outro espaço,
Teus braços serão meus, mesmo que seja apenas um traço.

Mas aqui, neste mundo de carne e de dor,
Resta-me apenas contemplar teu esplendor.
Pois és mulher que jamais será minha,
Um eterno adeus à felicidade tão sozinha.

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