Dois corpos são vulcões em surdo acordo,
Onde a chama respira em labareda,
Meus dedos desvendam o mapa aberto
Onde o rio da pele pede enchenda.
Na dança das raízes entrelaçadas,
Somos a seiva que a árvore não cala:
Fruto maduro em ventres sacudidos,
Tempestade de espumas na garganta.
Teu riso é um vinho que me embriaga o ar,
Meus lábios bebem o mel do teu segredo,
Navegamos em lençóis de maré alta,
Onde o tempo se afoga em nosso enleio.
Somos o canto que a noite não registra,
Dois fogos que se apagam na própria cinza.


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