Por longos anos vaguei sem rumo,
Buscando em vão o brilho de um olhar.
Cruzei desertos, enfrentei o escuro,
Mas nada fez meu peito palpitar.
O tempo andava lento, tão seguro,
Como se fosse nunca mais encontrar
Aquela chama, aquele gesto puro,
Que enfim pudesse o vazio ocupar.
Mas quando menos eu esperava, enfim,
Teu riso veio, como luz ao mar.
E tudo à volta ganhou outro timbre.
Amor tardio, mas perfeito assim:
Um quadro onde não sobra espaço ao cinza,
Tua presença é arte a me encantar.


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