Ó vós, que em sombras trazeis luz divina,
Nos meus segredos noturnos habitais,
Vossa pele, qual néctar, me devora,
E em labirintos de desejo me guiais!
Seus lábios são vulcões que o peito incendeiam,
Cada curva, um altar que em chamas me faz;
Nos fios de ébano, que a noite enlaçam,
Perco-me em delírios, que o dia não traz.
Ah! Que importa a razão, se em vosso leito
Há um céu proibido, onde os sentidos são lei?
Vossos suspiros, hinos de amor perfeito,
Desatam em meu ser o turbilhão do rei…
Pois até na morte, se a sorte permitir,
Em vossa carne, quero eterno dormir!


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