Ao fim daquele dois meses, tudo retomou ao “normal”. Luiza e João seguia em um casamento perfeito, nas aparências, e em um espécie de “amizade” dentro de casa. Bernardo e Leazinha também viviam assim. Várias vezes na semana, João e Luiza visitavam o filho, aonde Luiza e Bernardo ficavam na sala ouvindo rádio, lendo livros e discutindo sobre as vidas alheias. Enquanto que Leazinha e João encomendavam o “herdeiro” da família, visto que Bernardo não praticava atos libidinosos com sua esposa. Entretanto, o tempo foi passando e nada de Leazinha engravidar. O que eles não sabiam era que ela era estéreo.
Após três meses, quase diários, de tentativas, como todo homem que se preze, João “enjoou” de Leazinha. No dia de seu retorno ao bordel, ele avisou que Luiza passaria aquela noite na casa de Bernardo, e que ela deveria avisar a sua nora que ele não a queria mais sexualmente. Luiza pergunta como faria isso, João afirma que agora aquele problema era de sua esposa.
No bordel, João foi recebido com todas as pompas, todos que estavam ali sentiam saudades dele. Era uma congregação, uma comemoração nunca vista antes. O “Rei da Noite” estava de volta. Para festejar aquele regresso, João teria o “direito de estrear” uma das novas garotas do local. Ruth, era o seu nome de guerra, tinha apenas 16 anos, mas para aqueles homens da alta sociedade pouco importava se eram menores de idade, se era “novinha”, já estava pronta para o “abate”. Não à toa, que muitos consideravam Ruth “velha” para iniciar no ramo. Era a sociedade dos anos 1930, tão cheias de moral e tão cheias de hipocrisias.
Na casa de Bernardo e Leazinha…


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