Já pela manhã, João chega à mansão com Leazinha. Antes de continuar a história, contarei um pouco da história de Leazinha.
A mais devassa mulher do bordel mais elitizado do Ceará no início do século XX, já havia sofrido de tudo um pouco na vida, apesar da pouca idade.
Leazinha era uma sobrevivente da seca do Quinze, seca que destruiu sua família. Aliás Leazinha era para estar morta. Devido à gigante seca, a família de Leazinha fugiu de sua cidade, fugiu de sua terra, levando consigo apenas a esperança e a roupa do corpo. Entretanto, a elite cearense não curtia muito a ideia de ver um bando de pobres invadindo a majestosa Fortaleza. Então, diversos retirantes vindo da seca, acabavam tendo como seu destino os imensos campos de concentração que existiam ao redor da capital (e também no interior). Com os pais de Leazinha não foi diferente, ela só não parou em um desses campos, pois conseguiu fugir. Apesar de ser apenas uma criança, ela soube utilizar a pouco estatura para conseguir chegar em Fortaleza e morar na capital, sem ser incomodada por ninguém para ir a algum campo de concentração.
Ao conseguir chegar na capital, Leazinha foi acolhida pela cafetina, a mesma que recebeu João no capítulo anterior. Criancinha, ainda, Leazinha virou uma espécie de mascote das meninas. Entretanto, sua beleza foi usada bem precocemente para o serviço. Com apenas 12 anos, Leazinha já estava nos braços de muita gente importante da elite alencarina. Após 10 anos precisando deitar, na maioria das vezes, com homens ao qual ela não tinha nenhum prazer, era a hora de buscar a paz dentro daquela família.
Ao chegar na mansão…


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