Dexaketo

Capítulo 2: A oferta

O cassino de Bernardo ficava em um apartamento de classe média na Aldeota. Como morador da Parquelândia, João pegou o Borges de Melo vazio naquela noite. Questionou-se por diversas vezes como havia chegado em um valor tão alto da dívida. Era impossível pagar!

Ao chegar em casa, para variar, João recebeu um abraço caloroso de sua filha/sobrinha, Leazinha. A menina tinha em torno de 16 anos, fazia o ensino médio no Liceu. Havia sido deixada na porta da casa de João, logo após o nascimento. O pior deixado pela irmã de João, Lucrécia, que alegou não ter condições financeiras de cuidar da filha, largando nas mãos de seu irmão. João era professor de colégio público, logo não ganhava nenhuma fortuna, mas tinha uma estabilidade financeira.

Aos prantos, João revelou para Leazinha tudo o que havia ocorrido no cassino de Bernardo. Diante daquela situação, Leazinha afirmou que iria ver Bernardo no dia seguinte e resolver a situação.

Na noite daquela quarta-feira, Leazinha vai ao cassino. Ao chegar na sala de Bernardo, logo perguntou: “Como podemos chegar a um acordo sobre a dívida de João?” Bernardo ao se deparar com Leazinha, fez a proposta indecente: “Seja minha mulher, logo a dívida de seu pai estará quitada!” Leazinha o indaga, afirma ter apenas 16 anos. Bernardo fecha a proposta: “Case-se comigo, tenha um filho meu, nem necessita estar ao meu lado para sempre, ao ter um filho meu, pode pedir divórcio, que eu nem farei questão de continuar o matrimônio. Eu preciso ter um filho, preciso ter um casamento formalizado, e você pode me dar isso em troca da dívida de seu pai. É minha única oferta, a outra opção de negociação é a vida dele.”

Leazinha cogita questionar novamente, alegando o fato dela ter apenas 16 anos, entretanto ela percebe que a proposta indecente só ocorreu exatamente por isso. Todo velho tem tesão garotinha nova.

Leazinha topa!

Bernardo conclui a proposta: “Porém, o casamento não pode parecer que foi algo de fachada. Na frente das pessoas, você tem que aparecer sorrindo e dizendo que me ama, caso contrário, mato o tio imediatamente.”

Leazinha topa!

Os dois apertam as mãos, Leazinha pega o Borges de Melo e volta para casa. Ela vai o caminho todo chorando. Ela, que nem sequer havia beijado na boca ainda, precisaria casar e dar um filho ao homem que mais odeia no mundo.