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Dilacerações

Ó carnes que eu amei sangrentamente, 
ó volúpias letais e dolorosas, 
essências de heliotropos e de rosas 
de essência morna, tropical, dolente… 
Carnes, virgens e tépidas do Oriente 
do Sonho e das Estrelas fabulosas, 
carnes acerbas e maravilhosas, 
tentadoras do sol intensamente… 

Passai, dilaceradas pelos zelos, 
através dos profundos pesadelos 
que me apunhalam de mortais horrores… 

Passai, passai, desfeitas em tormentos, 
em lágrimas, em prantos, em lamentos 
em ais, em luto, em convulsões, em dores…

Cruz e Sousa

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