Minha escolha foi decisiva! Ela estava ali do meu lado, mas eu não tive coragem de dizer que eu era eu, que aquele menino completamente apaixonado que a enchia de doces mensagens no MSN, era eu. Ela estava sentada do meu lado e não saiu uma palavra. Mudo eu estava, mudo eu fiquei. Ela assanhava o cabelo, ela abria o livro, ela olhava de canto de olho para mim e nada. 20 minutos terríveis! Pois minha vergonha me travou completamente! A parada dela chegou, ela levantou e desceu.
Enquanto eu chorava, no rádio anunciava que o Grafite tinha sido convocado no lugar do Adriano Imperador para a Copa. Não sei o que era mais terrível naquela história, se a minha fraqueza diante um dos meus primeiros amores ou aquela convocação do Dunga. Algo me dizia que aquela era a minha última chance de dizer “Eu Te Amo” para ela.
Desde então, percebo que, meu coração travou, e essa frase ficou terrivelmente bloqueada em meu peito. Parece que o medo me toma na hora de dizer que gosto de alguém, mas gosto além do gostar. É muito difícil escrever isso e o coração não sangrar.
Aquela tarde de Maio escorre em minha alma como a maior fraqueza da minha vida. Jamais esquecerei o dia que o medo evitou que eu amasse…