Hoje minha vontade entrou de férias!
Sem vontade de sorrir,
Sem vontade de fazer algo,
Sem vontade de falar do Palmeiras!
Será que a culpa são dos átrios e ventrículos
que pulsam mais devagar?
Ou de alguma proteína
que carregou o hormônio da tristeza
para perto de minhas células,
e minha frágil membrana
aceitou como algo bom?
O que me deixastes assim?
Entregue a solidão!
Desolado e entristecido,
como se o mundo estivesse findado.
Será minha carência?
Será a ausência de beijos dela,
Será o reprimido desejo de tê-la em meus braços
e ela seguir a se afastar?
Oh, senhor!
Explica-me de onde surge essa tristeza,
que pode ser inspiradora,
mas que me destrói
igual um verme devora um defunto.
Oh, Deus!
O que fiz para viver nessa carência,
reprimido em meus desejos
e refém da felicidade dela?
O que sinto
será hiperbolismo de um poeta
ou uma reação de defesa de meu coração?
Oh, pai!
Me liberte deste agoniante sentimento,
que empobrece min’alma,
que apodrece meu amor,
que me limita a ser um réu de mim mesmo,
um servo quase escravo daquele sorriso,
um ser sem amor próprio,
e dependente daquele coração!