Era um dia lindo, com o sol pulsando firme no céu, porém para Dona Elinária, era certeza que iria cair uma chuva fortíssima, um dilúvio que ia gerar o caos na cidade. Óbvio que o pessimismo de Dona Elinária era algo próprio dela, muitos achavam que era algo de criação, pois desde criança ela era assim. Outros apostavam que a vida a fez assim. Independente de qualquer coisa, Dona Elinária era o pessimismo encarnado.
Um certo dia, seu neto avisou que tinha ganho na loteria, todos os familiares ficaram felizes, menos Dona Elinária, ela tinha certeza que seu neto agora seria sequestrado e os criminosos iriam pedir o prêmio como pagamento. Uma noite, sua bisneta anunciou que estava grávida, todos a cumprimentaram, já Dona Elinária disse que tinha era pena de ver um menino no mundo que vivemos hoje, além disso, era capaz dele quando crescer matar a mãe para puder ficar com a namorada. Era uma vibração de positividade.
Determinada noite, o filho de Dona Elinária foi a visitar, pois estava com muita saudade de sua mãe. Ela olhou para ele e disse que ele só queria jantar e não lavar a louça depois, e que ele podia acabar se engasgando por tentar “filar boia” em uma época de tão altas taxas de inflação e ela como aposentada não podia sustentar a comida de um cara já crescido. Sua sobrinha a deu um dinheiro, e ela disse que não aceitaria porque senão sua sobrinha poderia morrer de fome, já estava dando por caridade e não de coração.
Dona Elinária, um amor de pessoa…