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RESUMO

A disseminação do coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) já assumiu proporções pandêmicas, afetando mais de 100 países em questão de semanas. Uma resposta global para preparar os sistemas de saúde em todo o mundo é imperativa. Embora as medidas de contenção na China tenham reduzido novos casos em mais de 90%, essa redução não ocorre em outros lugares, e a Itália foi particularmente afetada. Atualmente, existe uma grande preocupação com a capacidade do sistema nacional de saúde italiano de responder efetivamente às necessidades dos pacientes infectados e que necessitam de cuidados intensivos para a pneumonia por SARS-CoV-2. A porcentagem de pacientes em terapia intensiva relatada diariamente na Itália entre 1º de março e 11 de março de 2020 tem consistentemente entre 9% e 11% dos pacientes que estão infectados ativamente. O número de pacientes infectados desde 21 de fevereiro na Itália segue de perto uma tendência exponencial. Se essa tendência continuar por mais uma semana, haverá 30.000 pacientes infectados. As unidades de terapia intensiva estarão então com capacidade máxima; serão necessários até 4.000 leitos hospitalares até meados de abril de 2020. Nossa análise pode ajudar líderes políticos e autoridades de saúde a alocar recursos suficientes, incluindo pessoal, leitos e instalações de terapia intensiva, para gerenciar a situação nos próximos dias e semanas . Se o surto italiano seguir uma tendência semelhante à da província de Hubei, na China, o número de pacientes recém-infectados poderá começar a diminuir dentro de 3 a 4 dias, afastando-se da tendência exponencial. No entanto, isso não pode ser previsto atualmente devido às diferenças entre as medidas de distanciamento social e a capacidade de construir rapidamente instalações dedicadas na China.

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Autores:

AndreaRemuzzi

Giuseppe Remuzzi

Ano 2020

Revista The Lancet

Referências

REMUZZI, Andrea; REMUZZI, Giuseppe. COVID-19 and Italy: what next?. The Lancet, 2020.